- Madeira seca com teor de umidade inadequado ao ambiente
As figuras ilustram o que acontece com a madeira quando a secagem não é conduzida até o teor de umidade de equilíbrio para a região de instalação. Na entrega, todo o conjunto está perfeito e sem frestas. Porém, com o passar do tempo, a madeira vai secando no local e, consequentemente, retraindo, abrindo grandes frestas. As aberturas serão maiores quanto mais água a madeira perder até atingir o equilíbrio com a umidade relativa do ar no local.
Esta situação permite o lixamento e calafetação das frestas do piso, com nova aplicação de produto na superfície. Porém, a vida útil sofreu diminuição em pelo menos 5 anos. Como a largura da massa de calafetação é grande (alguns pontos até 8mm no exemplo) existe a possibilidade de que esta se solte em curto espaço de tempo, abrindo frestas novamente.
Figura 01: Aspecto do piso recém-entregue ao proprietário.
Figura 02: Mesmo piso após 6 meses da entrega.
- Furos de insetos
Os furos causados por insetos na árvore ainda na floresta aparecem no momento do desdobro da mesma em tábuas e podem ser aceitos nas réguas de um piso desde que estejam em dimensões dentro da tolerância da norma. A figura abaixo mostra uma peça com um furo de inseto em forma de galeria coberto com massa de calafetação. Esta situação é inaceitável, tanto pela estética, quanto pela possibilidade da massa se soltar e deixar um grande buraco na superfície.
Este defeito deveria ter sido eliminado pelo controle de qualidade na indústria produtora do piso, embora o instalador também pudesse remover esta parte no ato da instalação. Certamente este defeito não pode ser eliminado pelo lixamento da superfície, pois a galeria tem aproximadamente 7mm de diâmetro e, para eliminar este defeito, seria necessário remover a mesma quantidade de madeira por meio do lixamento de toda área, não permitindo mais processamentos de revitalização do piso.
Figura 03: Furo de inseto coberto com massa de calafetação.
- Canal de resina
Este defeito também ocorre com a árvore na floresta e trata-se de uma defesa natural que as árvores possuem ou mesmo outro mecanismo de sobrevivência.
Podem se apresentar aderidos e maciços ou soltos e com o conteúdo se desfazendo. Na primeira situação, não há risco de aparecer um buraco na superfície da madeira e pode ser bem vindo por tornar à estética bem natural. Porém, na segunda situação, o material deve se desprender da madeira e causar um problema estético e de risco de acidente aos usuários, pelo aparecimento de farpas nas laterais.
A indústria deve remover este tipo de defeito, evitando que a peça seja instalada e venha a causar problemas de insatisfação do proprietário.
Figura 04: Canal de resina.
- Nós ocos, soltos ou cariados
Os nós são o resultado do nascimento dos galhos nas árvores e que podem ser incorporados pela árvore formando apenas um desenho circular, mas podem apodrecer e se tornar um buraco ou rachadura na superfície.
Este é mais um exemplo de defeito que deveria ter sido eliminado na indústria produtora ou na instalação. Novamente, a possibilidade de eliminação do problema passa pelo alto desgaste da superfície e o risco de acidente é muito grande.
Figura 05: Nós ocos, soltos ou cariados.
Texto retirado do Livro Guia Básico para Instalação de Pisos de Madeira – Capitulo 9, Pág. 89