Uma forma simples de diferenciar as árvores e suas respectivas madeiras é classificá-las em coníferas e folhosas. O primeiro grupo é composto quase que exclusivamente de pinheiros e o segundo abrange todas as outras árvores.
As árvores das coníferas (Pinus e Pinheiro do Paraná, por exemplo) se caracterizam por possuírem acículas ao invés de folhas e frutos em forma de cone. A madeira geralmente apresenta massa específica (densidade) média, coloração clara e sua constituição anatômica é bastante homogênea.
As árvores de folhosas, tais como Ipê ou Jatobá, possuem diferentes formas de folhas, flores e frutos. A madeira apresenta grande variação de cores e de massa específica (de leve a muito pesada) e constituição anatômica heterogênea.
No período inicial da sua vida, a árvore cresce principalmente no sentido vertical (altura) e secundariamente no sentido transversal (diâmetro). O primeiro ocorre até a copa alcançar uma posição que permita receber a radiação solar constantemente. A partir deste ponto ocorre uma inversão e a árvore passa a crescer principalmente em diâmetro.
Com o decorrer dos anos ocorre a formação de camadas externas e sucessivas (anéis ou camadas de crescimento) que vão se sobrepondo ao redor das camadas mais antigas. Em algumas espécies, principalmente em coníferas, os anéis de crescimento aparecem de forma nítida no plano transversal do tronco. Cada anel de crescimento contém uma porção de madeira clara, denominada lenho inicial, e uma porção de madeira mais escura, chamada lenho tardio (Figura 01).
O lenho inicial consiste na madeira formada no período de primavera-verão e, refletindo um crescimento rápido da árvore, tem geralmente maior espessura da camada e fibras com paredes mais finas. O lenho tardio é formado em uma fase de crescimento lento (outono-inverno), com fibras de paredes espessas e camadas mais estreitas.
Ao contrário das madeiras de coníferas, na maioria das madeiras de folhosas é difícil a distinção visual dos anéis de crescimento (Figura 02).
Na medida em que ocorre o crescimento em diâmetro, a parte central do tronco passa a exercer a sustentação mecânica da árvore, dando origem ao cerne. A parte mais externa, denominada alburno, tem a função principal de transporte da seiva.
A Figura 03 ilustra as partes que compõem o plano transversal de um tronco de madeira, que são:
Casca: tem a função de proteger a árvore contra o ressecamento, ataques de fungos, injúrias mecânicas e variações climáticas.
Câmbio: entre a casca e o alburno existe um grupo de fibras, geralmente imperceptível a olho nu, chamada câmbio. Essas fibras são responsáveis pelo crescimento da árvore em diâmetro.
Alburno: constituído pela madeira formada mais recentemente, apresenta maior permeabilidade, menor durabilidade, menor massa específica, menor resistência mecânica, maior susceptibilidade ao ataque de fungos e insetos e, geralmente, de coloração mais clara em relação ao cerne.
Cerne: possui maior massa específica, menor permeabilidade, maior resistência mecânica ao ataque de fungos e insetos do que a madeira do alburno.
Medula: é a parte central do tronco. Possui menor resistência mecânica e ao ataque de fungos e insetos.
Parte integrante do Livro Guia básico para instalação de pisos de madeira (Cap. 1 – páginas 12 á 14)